O Eremitério da Cartuxa de Évora. Arquitectura e vida monástica

Uma abordagem minuciosa e delicada no traçar do retrato desta casa cartusiana no Alentejo. O autor contextualiza a evolução arquitectónica do mosteiro de Santa Maria da Scala Coeli na história da expansão da Ordem religiosa fundada por São Bruno há quase mil anos. O seu olhar para a arquitectura da cela habitada pela rotina da oração; o seu cuidado na recuperação das peças que nos conduzem pela história do monumento-casa do eremitério eborense; são elementos-chave que poderão apreciar na leitura desta obra. Impressiona a criação de simplicidade, num sentido estético de depuração de imagem e palavra, e num equilíbrio entre silêncios brancos com os quais se esculpem imagens escritas que nos remetem para a serenidade com que se habita uma casa consagrada à cura da humanidade.

O primeiro livro da chancela Canto Redondo é uma obra total sobre o eremitério da Cartuxa de Évora, recentemente esvaziado da presença dos últimos Irmãos Cartuxos.

Este livro transforma-se no último capítulo da história da vida cartusiana no Alentejo.

Vencedor do Prémio literário Frei Bernardo Domingues, O.P. – 2019, destinado a galardoar a «melhor obra de doutrina, de carácter humanista e personalista, na senda do percurso intelectual do seu Patrono» e atribuído pelo Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes. O facto de o longo caminho contemplativo da Cartuxa de Évora ter chegado ao fim no passado dia 31 de Outubro de 2019 leva o autor a assumir que «a partida dos monges e o encerramento do mosteiro transformam o estatuto deste livro, que, para mim, passa a ser um elogio à vida cartusiana que se extingue».

Luís Ferro encontrou a Cartuxa de Évora quando procurava a ligação entre Arquitectura e Silêncio. Desde esse momento, a sua arquitectura de palavras saiu do âmbito puramente académico para a decantação do “castelo interior” que os monges cartuxos lhe ensinaram a esculpir na luz e na contemplação com que enchem a alma do monumento-casa em que habitam. A sua visão interdisciplinar permite-lhe visualizar para além do objecto sem a necessidade de sacralizar o espírito dos lugares: a simplicidade, delicadeza e minúcia com que usa as palavras induzem-nos nesse respeito pela totalidade do edifício na sua dimensão física e imaterial.

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